Perdido entre mapas e promessas, o político percebeu que sua terra natal já não se curvava ao seu discurso gasto. Ali, onde antes bastava um aceno para juntar aplausos, agora só encontrava portas pela metade e sorrisos educados demais. Então decidiu se aventurar por outras bandas, como quem troca de rio esperando que a água nova lhe devolva o brilho antigo. Mas política não é garimpo: não adianta bater enxada em solo alheio achando que o ouro brota por simpatia. Onde chegava, era visto como visitante tardio, desses que só lembram o caminho quando o terreno de casa endurece. E assim, tentando crescer longe de onde murchou, descobriu que prestígio não se carrega na mala — nasce onde se planta verdade, não onde se foge da própria sombra.