Os que não pensam no futuro vivem como quem caminha sem olhar a estrada: até sentem o vento bom de agora, mas tropeçam no primeiro buraco adiante. Apostam no improviso, juram que amanhã se ajeitam sozinhos, como se o tempo fosse empregado dedicado — desses que arrumam a casa enquanto o dono cochila. Mas o futuro, caprichoso como é, não gosta de ser ignorado. Chega sempre cobrando presença: “E aí, qual foi o plano?”. E quem não pensou nada fica ali, remexendo os bolsos vazios de previsões. No fim, a pergunta que resta é simples e teimosa: os que não pensam no futuro… que futuro terão? Talvez apenas o que sobrar dos que pensaram.