Há quem pense que o poder é uma poltrona confortável, dessas que giram, reclinam e fazem massagem nas costas. Mas o poder, na verdade, é uma cadeira dura — e quem não tem preparo acaba sentando torto. Política não é lugar pra aventureiro que confunde autoridade com vaidade. É ofício de quem sabe ouvir, decidir e, sobretudo, suportar o peso de não agradar a todos. Quem entra nela sem vocação vira ator de um espetáculo triste: fala muito, promete mais ainda e entrega pouco. O problema é que há gente que entra na política como quem entra num baile: de terno novo, sorriso ensaiado e passo desajeitado. Quer ser aplaudido, mas não aprendeu a dançar conforme a música do povo. Aptidão para o poder não é gostar de mandar — é saber servir. É ter paciência quando o aplauso some e caráter quando o microfone está desligado. Porque o verdadeiro político não se mede pelo discurso, mas pelo silêncio que guarda o compromisso. Quem não nasceu pra isso deveria ficar onde está. Porque quando o poder cai nas mãos erradas, o que era pra ser liderança vira vaidade, e o povo acaba pagando a conta. No fim, política é como fogo: ilumina nas mãos certas e destrói nas erradas.