QUO VADIS?

Há uma turma nova ocupando silenciosamente as esquinas do tempo: os jovens “nem e nem”. Nem estudam, nem trabalham. Eles carregam nas costas um mundo que mudou de marcha sem avisar, deixando-os ali, no ponto morto, tentando entender o barulho do motor. São jovens que cresceram ouvindo que o futuro era uma rodovia pavimentada, bastava seguir. Só que, quando chegaram na largada, descobriram que o asfalto virou areia movediça, o GPS perdeu o sinal e a placa de “oportunidades” estava enferrujada. E, no lugar onde deveria haver pressa, há espera. Esperam uma chance que não chega, um curso que não dá, um emprego que não aceita, uma sociedade que só cobra. E nessa espera, vão se acostumando a um tipo de invisibilidade que dói mais do que qualquer crítica: a sensação de que ninguém conta com eles para nada. Mas cuidado: o “nem e nem” não é um rótulo definitivo. É uma fotografia de um instante difícil, não o filme inteiro. Porque, no fundo, esses jovens têm ideias que ainda não cabem nas gavetas velhas do mercado, têm talentos que passam despercebidos, têm força guardada na gaveta do “quando der, eu vou”. A crônica deles ainda está sendo escrita — e talvez o grande erro da sociedade seja achar que acabou no primeiro parágrafo. O “nem e nem” de hoje pode ser o “agora vai” de amanhã. Basta que alguém estenda uma porta, um ouvido ou, quem sabe, simplesmente a chance de recomeçar. Afinal, ninguém floresce na sombra. E os jovens, mesmo os “nem e nem”, guardam um jeito teimoso de sempre tentar brotar. Lembrando a frase latina ‘Quo Vadis’ que significa – ‘Para onde vais?” ou ‘Aonde vais?”

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