Final de ano é quando agendas públicas e privadas entram em modo frenético. Prefeitos reaparecem sorridentes, inauguram o que dava para inaugurar, prometem o que ficou para janeiro e disputam palco com fogos e bandas. Do outro lado, empresários de eventos afinam caixas, contratos e discursos — porque dezembro, no Brasil, não é só confraternização, é sobrevivência anual. Praças viram salas de estar, palcos brotam como árvores de Natal e a cidade inteira vira vitrine. Para uns, é celebração; para outros, investimento; para muitos, apenas barulho. Mas há um consenso silencioso: ninguém quer passar o réveillon devendo favores. Assim, entre luzes, discursos e shows, o ano termina do jeito mais brasileiro possível — com festa, negociação e promessa misturadas no mesmo pacote.