O mundo parece um bumerangue em sua história, vai e depois volta com muita semelhança. Mudando os atores com fatos repetidos. Nas eleições paraense de 1994, o governador de então Jader Barbalho saiu do poder executivo para ser candidato ao Senado. Na oportunidade apontou o nome de Jarbas Passarinho como candidato ao governo do estado. Mesmo assim vários aliados candidatos a outros cargos, de maneira escondida, trabalharam para o adversário à época, Almir Gabriel. Foram eleitos o governador Almir Gabriel, o vice-governador Hélio Gueiros Júnior, os senadores Ademir Andrade e Jader Barbalho. Trair e coçar basta começar.

Na vida política e por consequência na pública, é muito difícil declarar, que é um cachorro sem dono. Infelizmente é uma realidade, que alguns não gostam de ouvir. Em uma oportunidade fomos obrigados a dizer a um deputado federal, que se gabava dizendo que não tinha dono. Por outro lado podemos afirmar que consanguinidade não significa ter os mesmos propósitos do outro. A política em busca e manutenção do poder, não consegue viver sem dois pontos importantes – a hipocrisia e dissimulação.

Parece que a realidade brasileira começa a tomar outro rumo em relação à célebre frase do falecido carnavalesco Joãozinho Trinta – o povo gosta de ver luxo, quem gosta de miséria é intelectual. As demonstrações de riquezas de jogadores de futebol da seleção, somada às últimas participações em Copa do Mundo, têm provocado um afastamento de parte do torcedor brasileiro que discorda desta atitude de desnivelamento social em um País onde a distribuição de rendas é bastante acentuada. Embora os patrocinadores e a mídia venham diariamente estimulando a participação da torcida. Vamos conferir. Cremos, que logo voltaremos a torcer, nos transformando em ‘bonecos de ventríloquos’ de narradores, repórteres, comentaristas e outros da mídia brasileira.

Como pensar em parlamentarismo com a educação política que temos?Como pensar em parlamentarismo com a mídia que temos?Como pensar em parlamentarismo com o parlamento que temos?Infelizmente a América do Sul ainda não está preparada pra isto.

Governo fraco produz candidaturas marrentas e novos partidos. O maior exemplo está no governo Sarney que produziu o marrento Collor. Venceu, mas a marra não demorou muito. Também provoca desavenças, que produzem novos partidos formados por ex-aliados, na tentativa de deslocamento da fragilidade momentânea. Assim surgiu o PSDB fundado em 1988, nos estertores do governo Sarney e formado por dissidentes do PMDB. Com maioria de membros políticos do sudeste brasileiro, lançou em 1990 o paulista Mário Covas como candidato à presidência da República e na vice o paraense Almir Gabriel. Perdeu para o marrento Collor, que criou um pequeno partido, o PRN. Meses depois com ajuda de outros partidos, os tucanos derrubaram na marra o marrento. PSDB que parece também estar chegando ao fim.